terça-feira, 12 de outubro de 2010

Você sabe o que é ALIENAÇÃO PARENTAL?


O nome parece estranho e desconhecido principalmente por aqueles que o praticam, tanto a nível consciente como inconscientemente.

Me refiro as situações onde um dos pais manipula uma criança para que ela não goste do outro genitor.

Muitas vezes não é com a pior das intenções, mas um dos adultos começa a encarar a criança como uma confidente e divide com ela todas as mágoas que tem de seu parceiro. Outras tantas vezes, isso é feito para que a criança se afaste de um dos pais e também para puni-lo por motivos pessoais. Tais situações acontecem em familias onde o casal estão em vias de separação e a criança vira o escudo, a esponja que recebe todas as mazelas dessa conturbada relação.

As consequências são as piores possíveis para criança. Conheço uma garotinha que era bem afirmada, se relacionava super bem com todos, melhor nota da turma e em menos de 06 meses foi perdendo todo esse potencial auto-afirmativo e encontra-se hoje em terapia para resgatar e poder se resignificar, tudo devido a uma não aceitação do fim de um casamento.

Por mais madura que a criança seja, o que fica introjetado é uma série de sentimentos ruins acerca do outro genitor e isso provavelmente será integrado a si mesmo, formando sua estrutura de personalidade.

Os problemas dos adultos, do mundo dos adultos devem ficar na esfera dos adultos.

É preciso distinguir claramente que o fato de não ser um bom marido ou uma boa esposa, não quer dizer que não seja um bom pai ou boa mãe.

Sejam responsáveis, cuidado ao utilizarem os filhos como conselheiros e mais, não atribuam a sua separação aos filhos, tampouco pergunte a eles o que devem fazer ou o que eles acham, quem sabe da sua vida é você, quem tem de fazer a escolha é você e quando precisar desabafar busque uma amiga, ou procure um psicólogo.

Ana Katarina Gurgel


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Estudos mostram que pais são mais insatisfeitos que aqueles sem filhos


O uso de drogas ansiolíticas, a psicoterapia e os fins de semana inteiros passados na cama não estavam nos planos de alguns casais, quando decidiram ter filhos.

Nenhum conflito com as crianças: o problema são as atuais demandas da paternidade e da maternidade.






Allan Dantas e Andreza de Campos Vieira, com a filha Manuela; excesso de teorias aumenta frustração dos pais

"É bom, mas exaustivo. Depois do nascimento, na volta ao trabalho, engordei cinco quilos de ansiedade. Hoje, durmo tarde para ajudar minha filha na lição. Quando o alarme toca às 6h, quero chorar", diz a secretária Michele de Luna, 32, mãe de Maria Clara, 8.

"Eu me justifico o tempo todo, falo para ela que preciso trabalhar. Nos fins de semana, quero fazer de tudo com ela, para compensar a semana. É culpa demais."

A constatação dos acadêmicos é ainda mais dura. Os estudos feitos nos EUA e na Europa nos últimos anos mostram que, em relação aos que não têm filhos, os pais demonstram níveis mais baixos de bem-estar mental, felicidade, satisfação com a vida e com o casamento.

Um último trabalho, publicado em 2009 no "Journal of Happiness Studies", até tentou contrariar os resultados das pesquisas anteriores.

Depois de analisar dados de 15 mil britânicos por uma década, um economista escocês atestou que pessoas com filhos eram mais felizes.

Mas a euforia durou pouco: em março deste ano, o autor publicou uma errata. Ao rever os números, viu que "o efeito de ter filhos na satisfação das pessoas é frequentemente negativo".

"Há uma sensação de perda, de não estar dando o que poderia. E uma cobrança grande. Qualquer distúrbio de comportamento é visto como culpa da criação dada pelos pais", analisa a cientista social Maria Coleta Oliveira, professora da Unicamp.

No Reino Unido, a Universidade de Kent centraliza uma rede de pesquisadores de todo o mundo que se dedicam a entender as peculiaridades do que chamam de nova cultura parental.

"Ser pai ou mãe passou a ser considerada uma atividade ou habilidade, e não uma forma de relacionamento, e é retratada como algo inacreditavelmente difícil", explica à Folha Jan Macvarish, pesquisadora da universidade.

Com tanta pressão, fica difícil educar um filho sem se sentir mal e aquém das expectativas próprias e alheias.

O excesso de informações sobre como criar a prole gera a impressão de que uma boa educação deve ser guiada por um especialista.

O LADO DELES

A mãe já está acostumada a carregar o mundo dos filhos nas costas. Mas o papel do homem na educação ganhou destaque nos últimos tempos, abrindo espaço para mais culpa e frustrações.

"Fala-se muito do novo pai. Há cobrança para que ele esteja mais presente. Mas que chefe entende o executivo não ir à reunião para levar o filho ao pediatra?", indaga Maria Coleta de Oliveira.

O publicitário Carlos Munis, 31, viveu esse drama nos primeiros anos de Igor, 10. O excesso de pitacos da família e dos amigos o deixou "bloqueado". Ter se separado da mulher também contribuiu para o afastamento.

"Eu não sabia como dar banho, fazer dormir, dar comida sem me estressar. Minha autoestima foi lá pra baixo. É muita gente falando,você se sente incapaz."

Com o tempo, Carlos aprendeu a assumir a paternidade. "Passei a participar mais. Pai sempre se sente frustrado. Mas, hoje, faço do meu jeito e, se erro, erro por algo que achei que era certo."

Para Macverish, os homens se tornaram "alvo" de campanhas sobre criação dos filhos, o que gera tensões entre o casal. "Em vez de negociar apenas o ponto de vista dos dois sobre os filhos, pai e mãe estão incorporando mais conselhos externos."

O psicanalista Rubens de Aguiar Maciel, que pesquisou futuros pais, constatou a insegurança em relação às novas competências paternas. "É muita pressão. Eles internalizam a cobrança da sociedade."

Pesquisas feitas no Brasil mostram que apenas um terço dos pais encontram o equilíbrio entre dar afeto e limites. Outro terço é considerado negligente, 15% são autoritários e 15%, permissivos.

"Pensa-se pouco sobre como ter e em ter filhos. As pessoas acham que sabem como fazer, por causa do excesso de informações", diz a psicóloga Lídia Weber, da Universidade Federal do Paraná.

Mesmo com filhos bem planejados, a situação pode parecer fora do controle.

A analista de negócios Andreza de Campos Vieira, 29, decidiu buscar ajuda de um terapeuta para minimizar a culpa que sente ao se desdobrar entre a rotina e os cuidados com Manuela, de um ano e cinco meses.

"Nunca achei que iria sofrer desse jeito sendo mãe. Mas já tive urticárias, dores de cabeça. Me cobro demais para fazer coisas que não consigo."

COISINHAS

A autônoma Amanda Paradela, 34, mãe de Igor,10, e de Kaian, 5, já dormiu fins de semana inteiros para descansar. "Mesmo nessa exaustão, me culpo. Se um fica doente, é porque não estou, e a babá não cuida direito. Você está no seu limite, mas cada coisinha parece um problemão."

Não é fácil se livrar da frustração. Mas tomar consciência de que ela existe é bom.

"O que deve estar em jogo é o afeto", diz a psicanalista Belinda Mandelbaum, coordenadora do laboratório de estudos da família, relações de gênero e sexualidade da USP. E alivia: "O importante é entender que não existe um modelo ideal. Existe o possível para cada um".

JULLIANE SILVEIRA
DE SÃO PAULO


RECADINHOS AOS PAIS:
  • Façam o que podem!!!
  • Não podemos dar mais do que temos!!!
  • Teorizem menos, "Psicologizem" menos, estudem/ analisem menos os seus filhos!!!
  • Brinquem mais, cuidem mais, riam mais com eles!!!!
  • Ria mais dos seus erros "educacionais"!!
  • Dê mais limites, menos brinquedos, mais reconhecimento!!
  • Não se esqueçam que antes de serem pais, são homens e mulheres, vivam o casal, se divirtam. Aos solteiros, digo o mesmo!!!!
  • SAIAM DA CULPA!!!!
Ana Katarina Gurgel
"A riqueza dos sonhos e pesadelos está no fato de nos trazerem conteúdos do inconsciente. A diferença entre os dois é gostarmos ou não desses 'recados' que, uma vez compreendidos, param de nos assombrar" (Lúcia Rosenberg - psicanalista)

Guia ensina médicos a dar más noticias





Após trabalhar 10 anos com pacientes com câncer e sentir o quanto é difícil compartilhar o momento do diagnóstico, qual não foi minha surpresa ao encontrar na Folha de São Paulo o guia que está sendo preparado para os profissionais da área de saúde ao dar uma noticia de estado de saúde ao seu paciente.

A publicação é fruto de um programa para melhorar a transmissão de informações sobre diagnósticos, recidivas (reaparecimento da doença), efeitos colaterais ou esgotamento de opções terapêuticas. Deve ser distribuído na rede do Sistema Único de Saúde a partir de novembro.

A coordenadora da política de humanização no Inca, Priscila Magalhães, diz que, apesar de fazerem parte da rotina, más notícias causam sofrimento a médicos, enfermeiros e outros profissionais.

Sem saber como lidar com os próprios sentimentos, eles passam as informações de forma inadequada.

"O tema é pouco abordado em faculdades. Na medicina, em geral aparece apenas nas cadeiras de psicologia médica", diz Magalhães. Segundo ela, quando começam a trabalhar, "muitos não sabem lidar com essas limitações e as encaram como fracasso pessoal".

As consequências desse despreparo atingem tanto os pacientes quanto os profissionais, que não raro desenvolvem problemas psicológicos. Os passos acima servem também de referência para os cuidadores e familiares.



Hiperativdade



LONDRES - O transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma doença genética, segundo estudo realizado por cientistas britânicos e publicado na última edição da revista médica The Lancet.

Os pesquisadores do Centro de Neuropsiquiatria Genética e do Departamento de Neurologia e Medicina Psicológica da Universidade de Cardiff, no País de Gales, dizem que o TDAH é um transtorno de desenvolvimento cerebral após analisar 366 crianças com o problema e 1.047 sem.

Os portadores do distúrbio são inquietos, impulsivos e distraídos, enumeram os especialistas, que estimam que uma em cada 50 crianças tenha TDAH. Durante anos, considerou-se que o problema estava na falta de disciplina dada pelos pais ou no consumo de açúcar, apesar de existirem vários fatores que sugerem que ele pode ter um componente genético.

Segundo o levantamento, uma criança que tem um dos pais com TDAH é mais propensa a sofrer dessa condição do que outra cujos pais são saudáveis. O transtorno de deficit de atenção e hiperatividade não tem cura, mas os sintomas podem ser tratados com medicamentos e terapias para melhorar o comportamento.

Os pesquisadores descobriram que crianças com TDAH têm segmentos duplicados de DNA em comparação com aquelas sem hiperatividade. "Esperamos que esses resultados ajudem a superar o estigma associado ao distúrbio", diz Anita Thapar, principal autora do estudo. Ela recorda que muitas vezes as pessoas atribuem o TDAH à indisciplina por parte dos pais ou a uma dieta pobre.

"Como médica clínica, estava claro para mim que esse não era o caso. Agora podemos dizer que o TDAH é uma doença genética e que o cérebro de crianças com esse transtorno se desenvolve de forma diferente do das outras", completou.

Outra pesquisadora, Kate Langley, afirma que "o TDAH não é causado por uma única alteração genética, mas por uma série de mudanças no DNA que interagem com fatores ambientais ainda não identificados".

Segundo a equipe de especialistas, as descobertas devem ajudar a esclarecer mal entendidos sobre a hiperatividade. "A genética nos permite contar com uma janela da biologia cerebral. No futuro, essas conclusões ajudarão a decifrar a base biológica do TDAH e, por sua vez, a desenvolver tratamentos novos e mais eficazes", conclui Anita.

Concordo com tudo que a especialista cita acima, no entanto há de se deixar claro que o distúrbio é facilmente confundido com faltas que existem nas relações, tanto entre o pai, quanto com relação a mãe, e isso envolve desde as falta de limites/disciplina à um vinculo mal estabelecido com os referencias de segurança, de afeto, de proteção. É óbvio para quem trabalha com desenvolvimento infantil que o distúrbio está associado à FALTAS nas relações familiares sim, tanto é que o trabalho desenvolvido com a Psicomotricidade Relacional surte um resultado claramente constatado nesse grupo de crianças. No entanto, há um outro grupo de crianças, no qual percebemos não só uma hiperatividade, mas também outros aspectos co-relacionados como distúrbio na linguagem, na motricidade, que também nos deixa claro que existe algo mais nessas crianças. Ótimos descobrirmos relação cerebral com o transtorno, desculpabilizando os pais de provocar nos filhos problemas aos quais não conseguem resolver, no entanto, precisamos tomar cuidado com a força dos laboratórios na publicidade dessa informação como forma de vender justamente para os pais que não conseguem lidar com as faltas dos filhos e termos aí muitas crianças diagnosticadas de forma equivocada, dependentes de uma medicação que não suprirá nunca as FALTAS vividas no corpo e no psiquismo delas.

Ana Katarina Gurgel - fonte: Estadão