O nome parece estranho e desconhecido principalmente por aqueles que o praticam, tanto a nível consciente como inconscientemente.
Me refiro as situações onde um dos pais manipula uma criança para que ela não goste do outro genitor.
Muitas vezes não é com a pior das intenções, mas um dos adultos começa a encarar a criança como uma confidente e divide com ela todas as mágoas que tem de seu parceiro. Outras tantas vezes, isso é feito para que a criança se afaste de um dos pais e também para puni-lo por motivos pessoais. Tais situações acontecem em familias onde o casal estão em vias de separação e a criança vira o escudo, a esponja que recebe todas as mazelas dessa conturbada relação.
As consequências são as piores possíveis para criança. Conheço uma garotinha que era bem afirmada, se relacionava super bem com todos, melhor nota da turma e em menos de 06 meses foi perdendo todo esse potencial auto-afirmativo e encontra-se hoje em terapia para resgatar e poder se resignificar, tudo devido a uma não aceitação do fim de um casamento.
Por mais madura que a criança seja, o que fica introjetado é uma série de sentimentos ruins acerca do outro genitor e isso provavelmente será integrado a si mesmo, formando sua estrutura de personalidade.
Os problemas dos adultos, do mundo dos adultos devem ficar na esfera dos adultos.
É preciso distinguir claramente que o fato de não ser um bom marido ou uma boa esposa, não quer dizer que não seja um bom pai ou boa mãe.
Sejam responsáveis, cuidado ao utilizarem os filhos como conselheiros e mais, não atribuam a sua separação aos filhos, tampouco pergunte a eles o que devem fazer ou o que eles acham, quem sabe da sua vida é você, quem tem de fazer a escolha é você e quando precisar desabafar busque uma amiga, ou procure um psicólogo.
O uso de drogas ansiolíticas, a psicoterapia e os fins de semana inteiros passados na cama não estavam nos planos de alguns casais, quando decidiram ter filhos.
Nenhum conflito com as crianças: o problema são as atuais demandas da paternidade e da maternidade.
Allan Dantas e Andreza de Campos Vieira, com a filha Manuela; excesso de teorias aumenta frustração dos pais
"É bom, mas exaustivo. Depois do nascimento, na volta ao trabalho, engordei cinco quilos de ansiedade. Hoje, durmo tarde para ajudar minha filha na lição. Quando o alarme toca às 6h, quero chorar", diz a secretária Michele de Luna, 32, mãe de Maria Clara, 8.
"Eu me justifico o tempo todo, falo para ela que preciso trabalhar. Nos fins de semana, quero fazer de tudo com ela, para compensar a semana. É culpa demais."
A constatação dos acadêmicos é ainda mais dura. Os estudos feitos nos EUA e na Europa nos últimos anos mostram que, em relação aos que não têm filhos, os pais demonstram níveis mais baixos de bem-estar mental, felicidade, satisfação com a vida e com o casamento.
Um último trabalho, publicado em 2009 no "Journal of Happiness Studies", até tentou contrariar os resultados das pesquisas anteriores.
Depois de analisar dados de 15 mil britânicos por uma década, um economista escocês atestou que pessoas com filhos eram mais felizes.
Mas a euforia durou pouco: em março deste ano, o autor publicou uma errata. Ao rever os números, viu que "o efeito de ter filhos na satisfação das pessoas é frequentemente negativo".
"Há uma sensação de perda, de não estar dando o que poderia. E uma cobrança grande. Qualquer distúrbio de comportamento é visto como culpa da criação dada pelos pais", analisa a cientista social Maria Coleta Oliveira, professora da Unicamp.
No Reino Unido, a Universidade de Kent centraliza uma rede de pesquisadores de todo o mundo que se dedicam a entender as peculiaridades do que chamam de nova cultura parental.
"Ser pai ou mãe passou a ser considerada uma atividade ou habilidade, e não uma forma de relacionamento, e é retratada como algo inacreditavelmente difícil", explica à Folha Jan Macvarish, pesquisadora da universidade.
Com tanta pressão, fica difícil educar um filho sem se sentir mal e aquém das expectativas próprias e alheias.
O excesso de informações sobre como criar a prole gera a impressão de que uma boa educação deve ser guiada por um especialista.
O LADO DELES
A mãe já está acostumada a carregar o mundo dos filhos nas costas. Mas o papel do homem na educação ganhou destaque nos últimos tempos, abrindo espaço para mais culpa e frustrações.
"Fala-se muito do novo pai. Há cobrança para que ele esteja mais presente. Mas que chefe entende o executivo não ir à reunião para levar o filho ao pediatra?", indaga Maria Coleta de Oliveira.
O publicitário Carlos Munis, 31, viveu esse drama nos primeiros anos de Igor, 10. O excesso de pitacos da família e dos amigos o deixou "bloqueado". Ter se separado da mulher também contribuiu para o afastamento.
"Eu não sabia como dar banho, fazer dormir, dar comida sem me estressar. Minha autoestima foi lá pra baixo. É muita gente falando,você se sente incapaz."
Com o tempo, Carlos aprendeu a assumir a paternidade. "Passei a participar mais. Pai sempre se sente frustrado. Mas, hoje, faço do meu jeito e, se erro, erro por algo que achei que era certo."
Para Macverish, os homens se tornaram "alvo" de campanhas sobre criação dos filhos, o que gera tensões entre o casal. "Em vez de negociar apenas o ponto de vista dos dois sobre os filhos, pai e mãe estão incorporando mais conselhos externos."
O psicanalista Rubens de Aguiar Maciel, que pesquisou futuros pais, constatou a insegurança em relação às novas competências paternas. "É muita pressão. Eles internalizam a cobrança da sociedade."
Pesquisas feitas no Brasil mostram que apenas um terço dos pais encontram o equilíbrio entre dar afeto e limites. Outro terço é considerado negligente, 15% são autoritários e 15%, permissivos.
"Pensa-se pouco sobre como ter e em ter filhos. As pessoas acham que sabem como fazer, por causa do excesso de informações", diz a psicóloga Lídia Weber, da Universidade Federal do Paraná.
Mesmo com filhos bem planejados, a situação pode parecer fora do controle.
A analista de negócios Andreza de Campos Vieira, 29, decidiu buscar ajuda de um terapeuta para minimizar a culpa que sente ao se desdobrar entre a rotina e os cuidados com Manuela, de um ano e cinco meses.
"Nunca achei que iria sofrer desse jeito sendo mãe. Mas já tive urticárias, dores de cabeça. Me cobro demais para fazer coisas que não consigo."
COISINHAS
A autônoma Amanda Paradela, 34, mãe de Igor,10, e de Kaian, 5, já dormiu fins de semana inteiros para descansar. "Mesmo nessa exaustão, me culpo. Se um fica doente, é porque não estou, e a babá não cuida direito. Você está no seu limite, mas cada coisinha parece um problemão."
Não é fácil se livrar da frustração. Mas tomar consciência de que ela existe é bom.
"O que deve estar em jogo é o afeto", diz a psicanalista Belinda Mandelbaum, coordenadora do laboratório de estudos da família, relações de gênero e sexualidade da USP. E alivia: "O importante é entender que não existe um modelo ideal. Existe o possível para cada um".
JULLIANE SILVEIRA DE SÃO PAULO
RECADINHOS AOS PAIS:
Façam o que podem!!!
Não podemos dar mais do que temos!!!
Teorizem menos, "Psicologizem" menos, estudem/ analisem menos os seus filhos!!!
Brinquem mais, cuidem mais, riam mais com eles!!!!
Ria mais dos seus erros "educacionais"!!
Dê mais limites, menos brinquedos, mais reconhecimento!!
Não se esqueçam que antes de serem pais, são homens e mulheres, vivam o casal, se divirtam. Aos solteiros, digo o mesmo!!!!
Após trabalhar 10 anos com pacientes com câncer e sentir o quanto é difícil compartilhar o momento do diagnóstico, qual não foi minha surpresa ao encontrar na Folha de São Paulo o guia que está sendo preparado para os profissionais da área de saúde ao dar uma noticia de estado de saúde ao seu paciente.
A publicação é fruto de um programa para melhorar a transmissão de informações sobre diagnósticos, recidivas (reaparecimento da doença), efeitos colaterais ou esgotamento de opções terapêuticas. Deve ser distribuído na rede do Sistema Único de Saúde a partir de novembro.
A coordenadora da política de humanização no Inca, Priscila Magalhães, diz que, apesar de fazerem parte da rotina, más notícias causam sofrimento a médicos, enfermeiros e outros profissionais.
Sem saber como lidar com os próprios sentimentos, eles passam as informações de forma inadequada.
"O tema é pouco abordado em faculdades. Na medicina, em geral aparece apenas nas cadeiras de psicologia médica", diz Magalhães. Segundo ela, quando começam a trabalhar, "muitos não sabem lidar com essas limitações e as encaram como fracasso pessoal".
As consequências desse despreparo atingem tanto os pacientes quanto os profissionais, que não raro desenvolvem problemas psicológicos. Os passos acima servem também de referência para os cuidadores e familiares.
O termo “psicopata” caiu na boca do povo, embora na maioria das vezes seja usado de forma equivocada. Na verdade, poucos transtornos são tão incompreendidos quanto a personalidade psicopática. Descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey M. Cleckley, do Medical College da Geórgia, a psicopatia consiste num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. Encantadoras à primeira vista, essas pessoas geralmente causam boa impressão e são tidas como “normais” pelos que as conhecem superficialmente. No entanto, costumam ser egocêntricas, desonestas e indignas de confiança. Com freqüência adotam comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, exceto pelo fato de se divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa. Nos relacionamentos amorosos são insensíveis e detestam compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral culpando outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou conseguem frear impulsos. Não é de surpreender, portanto, que haja um grande número de psicopatas nas prisões. Estudos indicam que cerca de 25% dos prisioneiros americanos se enquadram nos critérios diagnósticos para psicopatia. No entanto, as pesquisas sugerem também que uma quantidade considerável dessas pessoas está livre. Alguns pesquisadores acreditam que muitos sejam bem-sucedidos profissionalmente e ocupem posições de destaque na política, nos negócios ou nas artes. Especialistas garantem que a maioria dos psicopatas é homem, mas os motivos para esta desproporção entre os sexos são desconhecidos. A freqüência na população é aparentemente a mesma no Ocidente e no Oriente, inclusive em culturas menos expostas às mídias modernas. Em um estudo de 1976 a antropóloga americana Jane M. Murphy, na época na Universidade Harvard, analisou um grupo indígena, conhecido como inuíte, que vive no norte do Canadá, próximo ao estreito de Bering. Falantes do yupik, eles usam o termo kunlangeta para descrever “um homem que mente de forma contumaz, trapaceia e rouba coisas e (...) se aproveita sexualmente de muitas mulheres; alguém que não se presta a reprimendas e é sempre trazido aos anciãos para ser punido”. Quando Murphy perguntou a um inuit o que o grupo normalmente faria com um kunlangeta, ele respondeu: “Alguém o empurraria para a morte quando ninguém estivesse olhando”. O instrumento mais usado entre os especialistas para diagnosticar a psicopatia é o teste Psychopathy checklist-revised (PCL-R), desenvolvido pelo psicólogo canadense Robert D. Hare, da Universidade da Colúmbia Britânica. O método inclui uma entrevista padronizada com os pacientes e o levantamento do seu histórico pessoal, inclusive dos antecedentes criminais. O PCL-R revela três grandes grupos de características que geralmente aparecem sobrepostas, mas podem ser analisadas separadamente: deficiências de caráter (como sentimento de superioridade e megalomania), ausência de culpa ou empatia e comportamentos impulsivos ou criminosos (incluindo promiscuidade sexual e prática de furtos). Apesar das pesquisas realizadas nas últimas décadas, três grandes equívocos sobre o conceito de psicopatia persistem entre os leigos. O primeiro é a crença de que todos os psicopatas são violentos. Estudos coordenados por diversos pesquisadores, entre eles o psicólogo americano Randall T. Salekin, da Universidade do Alabama, indicam que, de fato, é comum que essas pessoas recorram à violência física e sexual. Além disso, alguns serial killers já acompanhados manifestavam muitos traços psicopáticos, como a capacidade de encantar o interlocutor desprevenido e a total ausência de culpa e empatia. No entanto, a maioria dos psicopatas não é violenta e grande parte das pessoas violentas não é psicopata. Dias depois do incidente da Universidade Virginia Tech, em 16 de abril de 2007, em que o estudante Seung-Hui Cho cometeu vários assassinatos e depois se suicidou, muitos jornalistas descreveram o assassino como “psicopata”. O rapaz, porém, exibia poucos traços de psicopatia. Quem o conheceu descreveu o jovem como extremamente tímido e retraído. Infelizmente, a quarta edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-IV-TR) reforça ainda mais a confusão entre psicopatia e violência. Nele o transtorno de personalidade anti-social (TPAS), caracterizado por longo histórico de comportamento criminoso e muitas vezes agressivo, é considerado sinônimo de psicopatia. Porém, comprovadamente há poucas coincidências entre as duas condições. O segundo mito diz que todos os psicopatas sofrem de psicose. Ao contrário dos casos de pessoas com transtornos psicóticos, em que é freqüente a perda de contato com a realidade, os psicopatas são quase sempre muito racionais. Eles sabem muito bem que suas ações imprudentes ou ilegais são condenáveis pela sociedade, mas desconsideram tal fato com uma indiferença assustadora. Além disso, os psicóticos raramente são psicopatas. O terceiro equívoco em relação ao conceito de psicopatia está na suposição de que é um problema sem tratamento. No seriado Família Soprano, dra. Melfi, a psiquiatra que acompanha o mafioso Tony Soprano, encerra o tratamento psicoterápico porque um colega a convence de que o paciente era um psicopata clássico e, portanto, intratável. Diversos comportamentos de Tony, entretanto, como a lealdade à família e o apego emocional a um grupo de patos que ocuparam a sua piscina, tornam a decisão da terapeuta injustificável. Embora os psicopatas raramente se sintam motivados para buscar tratamento, uma pesquisa feita pela psicóloga Jennifer Skeem, da Universidade da Califórnia em Irvine, sugere que essas pessoas podem se beneficiar da psicoterapia como qualquer outra. Mesmo que seja muito difícil mudar comportamentos psicopatas, a terapia pode ajudar a pessoa a respeitar regras sociais e prevenir atos criminosos.
Autores: Scott O. Lilienfeld e Hal Arkowitz são professores de psicologia; o primeiro, da Universidade Emory, e o segundo, da Universidade do Arizona.
PARA CONHECER MAISWithout conscience – The disturbing world of the psychopaths among us. Robert D. Hare. Guilford Press, 1999. Handbook of psychopathy. Christopher J. Patrick (ed.), Guilford Press, 2007. Scott O. Lilienfeld e Hal Arkowitz são professores de psicologia; o primeiro, da Universidade Emory, e o segundo, da Universidade do Arizona.
Para pessoas com depressão, o mundo realmente parece nublado. Isso porque elas mostram uma deficiência em perceber contraste em imagens. Emanuel Bubl, da Universidade de Freiburg, e colegas colocaram um eletrodo em um dos olhos de 40 pessoas com depressão e 40 pessoas sem a doença. Os eletrodos mediram a atividade nos nervos que conectam fotorreceptores (que detectam aspectos diferentes da luz) ao nervo óptico, mas não ao cérebro. Os participantes permaneceram sentados em um quarto escurecido enquanto olhavam para uma tela que mostrava um padrão xadrez em preto e branco. O padrão ficava cada vez mais cinza em seis estágios distintos, reduzindo o contraste entre os quadrados pretos e os quadrados brancos. Cada estágio foi apresentado por dez segundos, e o experimento foi repetido por uma hora. Em pessoas com depressão, os sinais elétricos para o nervo óptico eram menores. Quando esses participantes viam a tela no primeiro estágio (quadrados preto e branco), sua atividade elétrica era um terço da atividade em participantes saudáveis. E quanto maior o grau de depressão, pior a detecção de contraste. O principal autor do estudo, publicado na revista "Biological Psychiatry", acredita que uma técnica parecida poderia ser usada para auxiliar no diagnóstico de depressão clínica. Para Mathew Martin-Iverson, da Universidade da Austrália Ocidental, em Perth, Austrália, uma possível explicação está no fato que neurotransmissores que regulam a atividade nervosa na visão poderiam também estar envolvidos no processamento de emoções.
Buscando imagens para colar num post, entrei num site muito interessante. Cinco mães "blogueiras" resolveram se unir e elaborar um manifesto pela valorização da maternidade. De uma forma bem desculpabilizante elas tentam enquadrar a mãe moderna em um ser HUMANO!!!!! O grupo cria foi idealizado para aquelas mães que fazem tudo, mas sempre tem a sensação que não foi suficiente. Que sempre se culpa. Que não entende porque compra o aromatizante e o inseticida da propaganda, mas mesmo assim a casa não exala perfume, limpeza e a muriçoca pica seu filho a noite. Que sabe das múltiplas jornadas de trabalho e que se segura para não chegar ao máximo da exaustão física e emocional. Se você ainda não teve a oportunidade de conhecer esse trabalho, conheça, e se idenficar-se, assine o manifesto. Porque somos apenas mães que queremos o melhor para nossos filhos, não somos incompetentes...
Ter pais homossexuais não prejudica o desenvolvimento das crianças. Pelo contrário, uma pesquisa norte-americana revela que os filhos de lésbicas podem até se desenvolver melhor que os de casais heterossexuais. Ao todo, 84 famílias americanas, compostas por casais de lésbicas, foram acompanhadas por mais de 17 anos. Todas as mulheres concordaram em responder questionários que seriam enviados periodicamente pelos pesquisadores. As questões abordavam o desempenho escolar e as habilidades sociais das crianças. Ao longo dos anos, os cientistas constataram que elas tinham mais confiança, autoestima, melhor desempenho escolar e eram menos agressivas do que algumas crianças filhos de heterossexuais. As crianças, assim como as mães, também responderam aos questionários. Foram duas etapas, a primeira aos 10 anos de idade e outra aos 17. As perguntas eram relacionadas à vida social, comportamento, sentimentos, ansiedade e depressão. Com isso, os pesquisadores descobriram que 41% das crianças já tinham sofrido discriminação e enfrentado provocações por serem criadas por pais do mesmo sexo. “Os possíveis problemas a serem encontrados por filhos de pais homossexuais têm a ver com a ignorância e o preconceito social”, afirma o psicólogo Klecius Borges. Aos 10 anos elas apresentavam mais sinais de estresse psicológico do que os filhos de heterossexuais. Mas aos 17 os sentimentos ruins já não faziam mais parte da vida dos adolescentes. A participação ativa das mães homossexuais é apontada pelos pesquisadores como uma possível causa para o melhor desempenho das crianças. Eles afirmam que lésbicas estimulam seus filhos a lidar com o preconceito e a diversidade. Além de abordar com mais naturalidade temas como sexualidade e tolerância. “Essas mães devem educar seus filhos a partir de uma visão positiva e afirmativa sobre os diferentes modelos familiares e prepará-los para lidar com o preconceito”, diz Borges. Essa é a primeira pesquisa realizada exclusivamente com casais de lésbicas que constituíram uma família por meio da inseminação artificial. Até então, os estudos nesse sentido eram feitos com crianças criadas por casais gays, mas geradas em diferentes circunstâncias: relações heterossexuais, adoção e também inseminação. Esses estudos anteriores não apontavam diferenças significativas entre os filhos de heterossexuais e homossexuais.
A falta de desejo sexual afeta 70% das pacientes atendidas na ginecologia do HC. Não existe medicamento que, comprovadamente, aumente a libido feminina; antidepressivo pode aumentar sintomas
A maioria das mulheres que sofre de falta de desejo sexual e recorre medicamentos para tentar recuperar a libido não tem nenhumproblema físico que justifique o problema. A dificuldade está atrelada a questões psíquicas. “Em 90% dos casos a questão psicológica e não orgânica; drogas como antidepressivos podem até inibir o desejo sexual”, afirma a ginecologista Elsa Gay, do Hospital das Clínicas daFaculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), ligado à Secretaria de Estado da Saúde. Ela observa, porém, que não existe nenhuma medicação para aumentar a libido feminina que tenha eficácia comprovada. “No setor de Ginecologia do HC, 70% das mulheres atendidas no ambulatório alegam ter perdido a libido e quando o sexo deixa de proporcionar prazer, é sinal de que algo estáerrado. A correria, o estresse do trabalho e a preocupação com os filhos e com a casa são grandes vilões da sexualidade. Quando há crises no relacionamento, a mulher se fecha para a vida sexual”, afirma. Ter um bom conhecimento do próprio corpo também é essencial para uma vida sexual satisfatória. Segundo a médica, a maior incidência de mulheres que sofrem com a falta de desejo sexual está entreas que já passaram pela menopausa, mas o problema pode atingir a mulher em qualquer idade. Nesses casos, o acompanhamento psicoterápico é fundamental para a descoberta (ou o reencontro) da autoestima e da própria capacidade de sentir prazer.
Digno de um filme de terror, o assunto da semana foi sem dúvida o caso Bruno, goleiro do flamengo, suspeito de ser mandante do assassinato da sua amante Eliza.Como psicóloga sempre tem alguém que pede minha opinião sobre o caso, respondo-lhe que é complicado falar sem conhecimento de causa e traçar perfis de um ou de outro com base apenas no que a mídia fala, mas dois pontos não podemos desconsiderar em torno dessa história, que ambos foram abandonados pelos seus referenciais de segurança e afeto deixando marcas profundas na forma e no trato com o mundo ao seu redor e claro, há nessa história uma disputa/jogo de poderes.
Eliza parece-me que era uma menina pobre, abandonada pela mãe ainda na infância, sem modelo, sem referencial de mulher integrado, buscava o tempo todo agregar valor a si mesma, saindo com jogadores famosos ou utilizando a sua sexualidade como produto ou um pseudo-poder;Quando esse produto gerou um fruto, um filho, Eliza agregou a esse filho e portanto a si um poder que antes não tinha, alimentando assim seu ego (eu posso), banalizando o perigo tantas vezes alertado.
Bruno também foi um garoto pobre e abandonado pela mãe, objeto de amor e desejo de todo menino. As relações que tinha com as mulheres podem atestar as “sequelas” desse abandono.O poder, Bruno já tinha conquistado. O ego sempre inflado por todos que estavam a sua volta o fez acreditar na sua própria ideação de que tudo poderia fazer e nada lhe acontecer.
A onipotência cega... cegou Eliza e Bruno, ambos sabiam que corriam riscos, mas pensaram que nada lhes aconteceriam. Resolveram jogar com o poder que julgavam ter, desconsideraram um ao outro e disputaram jogo perigoso, sem regras, sem juízes, sem segundo tempo, sem ganhadores.
Faltou em ambos a estrutura de uma família que mostra os limites básicos da formação do indivíduo, o lidar com as frustrações de forma positiva; faltou o amor de mãe que acolhe e faz o individuo sentir-se inteiro na sua existência, na sua potencialidade, tendo integrado que o verdadeiro poder está em aceitar que o outro também tem o seu poder.
Estudo mostra que a quantidade de livros disponível em casa, e o estimulo a leitura destes na infância contribui para melhorar o vocabulário, exercitar a imaginação e ampliar a noção temporal e espacial
Um grupo de sociólogos das universidades de Nevada em Las Vegas e da Califórnia em Los Angeles realizou o maior estudo internacional sobre a influência dos livros na educação escolar. Os resultados mostram que, independentemente do nível educacional dos pais, do status socioeconômico e do regime político, quanto mais livros houver em uma casa, mais anos de escolaridade atingirá a criança que crescer nela. Participaram do estudo mais de 70 mil pessoas de 27 países, entre os quais Estados Unidos, China, Rússia, França, Portugal, Chile, África do Sul (o Brasil não foi incluído). A conclusão foi publicada na revista Research in Social Stratification and Mobility.
No artigo, os autores explicam que o nível cultural e educacional dos pais também influencia a escolaridade atingida pela prole, mas nesse caso a correlação é mais fraca do que com o tamanho físico do acervo familiar de livros. Os resultados mostram também como o gosto pela leitura tende a diminuir diferenças sociais. Nos lares mais modestos, o efeito de cada acréscimo ao acervo no futuro acadêmico da criança é mais acentuado do que a adição de um volume a uma biblioteca mais ampla. Apesar de a tendência ter sido observada em todos os países, houve diferenças importantes entre eles.
Nos Estados Unidos, na França e na Alemanha, uma biblioteca com cerca de 500 volumes representou acréscimo de dois a três anos na escolaridade das crianças, comparando com uma casa sem livros. Na Espanha e na Noruega, o número saltou para até cinco anos e na China atingiu o máximo, entre seis e sete anos.
Matéria da Revista Época fala da compulsão à repetição. Como evitar a auto-sabotagem
Em entrevista, o psicanalista americano Stanley Rosner revela como funcionam os ciclos negativos de repetição, que levam a problemas no casamento, na relação com pais e filhos e no trabalho, e conta a história de alguns de seus pacientes
Todos os seres humanos têm padrões de repetição - a maioria, irracionais. Alguns calçam o pé direito sempre antes do esquerdo, ou vice-versa, outros sempre dão topadas nas mesmas quinas dos móveis ou gostam de comer determinados alimentos antes de outros. Quando são acontecimentos corriqueiros, não há grande importância. O problema é quando a repetição é destrutiva. “São compulsões que levam indivíduos à beira da loucura e destroem vidas - as suas próprias e as de outros”, diz o psicanalista freudiano americano Stanley Rosner. Com quarenta anos de experiência, Rosner detectou esse tipo de comportamento em muitos de seus pacientes e agora, em co-autoria com a escritora americana Patrícia Hermes, lançaO ciclo da auto-sabotagem(ed. Best Seller). O livro, que acaba de ser lançado e já esgotou a primeira edição, explica o que são e de onde vêm tais atitudes, que se manifestam no casamento, entre pais e filhos ou no trabalho. Também traz relatos de muitas histórias de pacientes que tiveram parte importante de suas vidas desperdiçadas pela insistência em agir em ciclos negativos. Rosner sugere a terapia como única forma de estancar a auto-sabotagem. Veja a entrevista do psicanalista e alguns trechos do livro:
ÉPOCA- O que é o ciclo da auto-sabotagem? Stanley Rosner- É a tendência a se repetir, indefinidamente, atitudes destrutivas. É claro que a maioria das pessoas não percebe o que faz. Prefere acreditar que a insatisfação é apenas fruto de algo externo. E essa negação faz com que ela siga em frente, sempre sofrendo. Pode se manifestar em absolutamente todos os aspectos da vida: no namoro, no casamento, na criação de filhos, na escola, no trabalho.
ÉPOCA- Em que situações a auto-sabotagem acontece?
Rosner- No casamento, por exemplo, que é um espaço de luta de poder e desejos, é comum o marido ou a esposa deixar o outro controlar, dominar e punir, enquanto o outro simplesmente age de forma que esse controle e essa dominação cresçam ainda mais. Ambos seguem um acordo silencioso, não importando se ele traz culpa ou dor. Também é muito frequente uma pessoa casar várias vezes e, apesar de os parceiros serem absolutamente diferentes, criar situações e problemas idênticos com todos eles. Qualquer um pode perceber que um padrão está sendo repetido - menos ela própria. Outro ponto: em meus pacientes de terapia de casais, costumo encontrar semelhanças entre cônjuges e seus pais. E o paciente se assemelha com quem ele mais teve dificuldades: o pai frio e distante deu origem ao marido insensível. É a representação de uma relação mal-resolvida do passado.
ÉPOCA- A infância é, então, a origem dessas repetições?
Rosner- Sim, é basicamente na relação entre pais e filho que se constroem esses padrões. É de traumas, grandes ou pequenos, do começo de nossas vidas que isso tudo nasce. De um sentimento de abandono, nasce a crença de que se aquilo for repetido, as coisas serão transformadas. Tudo é inconsciente, é claro.
ÉPOCA- O divórcio dos pais faz com que as crianças tenham dificuldades emocionais no futuro?
Rosner- Não o divórcio em si. Mas se o divórcio é complicado e, principalmente, se a criança é usada como uma bola de futebol neste processo, isso deverá, sim, acarretar problemas mais tarde. O mesmo se os pais ficam anos falando mal um do outro na frente da criança. Tudo que quebra a confiança e a segurança de uma criança pode fazê-la ter dificuldades emocionais na vida adulta.
ÉPOCA- Quais são os casos mais comuns de auto-sabotagem no trabalho?
Rosner- Todos conhecemos alguém que pula de emprego em emprego e está sempre culpando um chefe ou os colegas. Nos novos empregos há sempre problemas semelhantes aos anteriores. Isso é porque o relacionamento interpessoal é um fator muito importante no trabalho - tanto quanto dedicação ou competência. As percepções das pessoas no local de trabalho muitas vezes são distorcidas por relações mal resolvidas do passado, da mesma forma que no casamento. Vê-se um chefe como o pai severo ou uma colega como a irmã competitiva. A auto-sabotagem nasce daí: questiona-se a autoridade do chefe, negligencia-se uma meta, começa-se a chegar a atrasado. Como forma de combater inconscientemente algo do passado que ainda nos atormenta.
ÉPOCA- Como controlar a auto-sabotagem?
Rosner- Evitar essas repetições destrutivas é muito difícil, porque elas estão consolidadas em nosso inconsciente desde muito cedo. Uma pessoa pode até perceber sua compulsão em agir daquela maneira e, a partir disso, acreditar que poderá controlar-se da próxima vez. E mais uma vez ela age destrutivamente e crê que na próxima ela evitará e assim por diante. Por isso eu digo que estar ciente de seu padrão de repetições é extremamente importante, eu diria que é o primeiro passo. Mas o caminho para estancar esse comportamento é ir de encontro ao trauma que está na raiz de tudo. Enfrentar esta tristeza.
ÉPOCA- O senhor diz em seu livro que o caminho é a terapia. Por que?
Rosner- Muitos pacientes iniciantes agem como se tivessem nascido ontem e se recusam a falar do passado. Acham que é no presente que está a resolução de seu problema. Aos poucos vão percebendo que é preciso voltar no tempo para interromper o ciclo. A chave está na origem dos conflitos.
Bem, se você chegou nesse blog é porque se interessa por comportamento humano e se isso lhe interessa provavelmente já deve ter se perguntado se não precisaria buscar um psicólogo, mas pode ter contido seu ímpeto de buscá-lo por achar que não precisava. O psicólogo é o profissional que estuda o comportamento humano, que ajuda o outro a se entender e a conviver melhor consigo e com outros, não necessariamente precisa ter uma demanda emergencial para buscá-lo, mas pensando nisso, o psicólogo americano da Universidade de Harvad Robert Epstein (http://drrobertepstein.com/) desenvolveu um inventário sobre saúde mental, baseado no DSM, capaz de indicar se a pessoa deve procurar ajuda de um profissiona de saúde mental - psiquiatra, psicólogo, psicanalista; Para quem sabe inglês, esse inventário pode ser feito pela internet no http://doyouneedtherapy.com/ Para aqueles que não sabe a colega Ana Luisa Testa - CRP: 08/13389 traduziu e eu o postei aqui:
Nos últimos 6 meses tenho me sentido cansado, fatigado, irritadiço, tenso ou distraído.
Me sinto extremamente temeroso quando exposto a algum objeto ou situação em particular, e quando exposto sinto muito medo ou pânico.
Tenho sentido nos últimos anos sintomas de dor ou mal-estar ou outras disfunções físicas que não puderam ser detectadas por exames médicos.
No último mês minha fala ou meu pensamento tem às vezes sido incoerente ou confuso.
Eu acredito fortemente que minha aparência é defeituosa, e isso faz me sentir nervoso ou ansioso.
Acredito fortemente que estou doente, apesar de meu médico me garantir que sou saudável.
Tenho muito medo de algo ou alguma situação, e esse medo me atrapalha no meu trabalho ou em casa.
Tenho certeza que sou perseguido, mesmo que outros não concordem com isso.
Estou numa relação amorosa que é muito insatisfatória para mim e não consigo sair dela.
Tenho medo de ficar perto de pessoas em certas situações e percebo que esses medos são irracionais ou excessivos.
Estou em um relacionamento que me gera sentimentos dolorosos com frequência.
Tenho dificuldades para controlar meus impulsos para apostas e jogos.
Tenho me arriscado muito por não pensar nas consequências.
Tenho muito medo de situações em que devo interagir com outras pessoas.
Tenho me sentido deprimido na maioria dos dias por pelo menos 2 semanas.
Em algumas situações sociais me sinto muito ansioso.
Não vejo nada de errado em mentir e não me importo muito com a segurança e o bem-estar dos outros.
Com frequência tenho pesadelos sobre experiências ruins que tive no passado.
Recentemente meu nível de energia tem estado estranhamente baixo.
Durante o último ano tive que aumentar meu consumo de álcool ou drogas para ter satisfação ou para lidar com meus problemas.
Acho difícil ou impossível me excitar sexualmente ou atingir o orgasmo.
Por pelo menos duas semanas tenho achado difícil sentir prazer em atividades diárias que costumava gostar.
Tenho pensamentos repetitivos para me acalmar ou para previnir que algo terrível aconteça.
Durante o último ano meu humor mudou mais de uma vez de depressão para euforia.
Me sinto incapaz de ter uma relação íntima com outra pessoa.
Meus hábitos alimentares mudaram muito em pouco tempo.
Com frequência como muito e depois provoco o vômito ou uso laxantes ou outros métodos extremos para evitar o ganho de peso.
Durante o último ano tentei e não consegui diminuir o consumo de álcool, drogas ou cigarros.
Durante o último ano eu tive que beber mais álcool ou consumir mais drogas para satisfazer minha vontade.
Por pelo menos 6 meses tenho estado muito ansioso e preocupado sobre várias coisas e atividades.
Com frequência tenho lembranças de um evento traumatico que sofri.
Com frequência ajo impulsivamente e isso me causa problemas.
Alguns pensamentos que considero irracionais ou excessivos têm me ocorrido repetidas vezes.
Meu humor varia rapidamente de deprimido à eufórico sem razões aparentes.
Me preocupo muito com meu peso ou minha aparência e por isso como ou me exercito de maneira considerada anormal pelas pessoas.
A pelo menos um mês tenho escutado ou visto coisas que não parecem reais enquanto acordado.
Às vezes sou incapaz de controlar a raiva.
Tenho comportamentos ou pensamentos repetitivos e não consigo evitá-los.
Por pelo menos uma semana quase não tenho precisado dormir.
Tive um episódio de pânico e tenho muito medo de que ele se repita.
Durante o último ano meu humor tem se alterado sem causas aparentes.
Estou em um relacionamento pobre em comunicação ou em que eu e meu parceiro somos incapazes de resolver problemas.
Tive ataques de pânico recentemente com tremores, mal-estar e sudorese e parecia que iria morrer.
Tenho pouco ou nenhum interesse sexual e isso tem atrapalhado meu relacionamento.
Sofro de um medo extremo de algo ou alguma situação, e considero esse medo irracional ou excessivo.
Às vezes revivencio o horror sentido em um evento traumatico que vivi no passado.
Recentemente meus padrões de sono mudaram muito.
Por pelo menos 6 meses tenho sentido um nervosismo ou uma preocupação difícil de controlar.
Não sinto desejo ou não consigo comer o suficiente para manter meu peso corporal saudável.
Por pelo menos 6 meses tenho sentido necessidades sexuais estranhas como por exemplo ter contato sexual com crianças ou objetos inanimados.
Aguns lugares ou situações fazem me sentir numa armadilha ou em perigo, e eu me sinto muito nervoso nesses lugares ou situações.
Por ao menos uma semana tenho me sentido incrivelmente importante – quase como um deus.
No último mês tenho perdido o controle de alguns movimentos de partes do meu corpo.
Por pelo menos duas semanas tenho pensado frequentemente sobre querer morrer.
Qualquer uma dessas alternativas pode ser motivo para se procurar uma ajuda terapêutica, nem que seja para um esclarecimento sobre a intensidade do problema e os possíveis tratamentos.